História de dois ex-militares que
amam o perigo e o trabalho.
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Capítulo 06
A Despedida
Resumo do capítulo
anterior: uma banda de outro país toca na cidade; Carol e André presenciam uma
cena de reconciliação e traição; após Carol conversar com o fantasma de Murilo,
ela e André tem de separar a briga entre Eduardo e Pedro, sendo que este está
passando mal.
Hospital
Mais um dia amanheceu em Colina Formosa.
Carrapato recepcionou a carteira, como de costume, e ela continuou sem falar
o que colocava na caixa de correios.
“Mulher esquisita. Põe algo estranho na caixa de metal e quando vou
perguntar, se finge de assustada e corre. Não dá para confiar nesse pessoal com
essa roupa”.
Mas o dia estava diferente do normal.
Eduardo passou a noite na cadeia, mas apenas por tumulto em local
público; mas se algo acontecesse com Pedro, ele poderia ser penalizado. E,
claro, Pedro também devia prestar depoimento, porque, até tudo se esclarecer, a
polícia considerava os dois como errados em brigar.
Toda a família Fagundes, com exceção de Carrapato, estava no hospital,
preocupada com Pedro.
Devido à briga, a pulsação de Pedro estava muito acelerada e a pressão
cardíaca muito alta para a sua idade; por isso a polícia o liberou
imediatamente para o hospital.
O médico tinha feito vários exames para liberá-lo, desde que tivesse a garantia
de que Pedro estava razoavelmente bem, sem precisar de cirurgia. Pedro
aparentava ser forte, mas a sua saúde estava debilitada.
Como estava fazendo frio, André entregou seu paletó a Carol.
Durante a madrugada, André e Carol conversaram no corredor, enquanto
Marta descansava no saguão, já que Pedro ainda não tinha ido para o quarto.
— Ei! Não fique triste. Vai ficar tudo bem!
— Estou realmente preocupado com ele, mas também estou me sentindo
culpado.
— Por que está se sentindo culpado? Do quê?
— Eu é que deveria ter socado a cara daquele safado do Eduardo e não
você tê-lo contido.
— Besteira. Já viu sua força? E como você estava alterado? Seu Eduardo
tem a mesma idade que Seu Pedro. Na preocupação e raiva que você estava, ele e
Seu Pedro estariam aqui hospitalizados, e você estaria preso (nem quero pensar
nisso!) por abuso de força ou algo parecido. E isso não traria benefício para
ninguém.
— Ainda acho que eu é que deveria tê-lo prendido.
— Você só não o fez porque seu inconsciente sabia que seu parceiro, no
caso eu, estava ali presente. E você é filho de Seu Pedro! O mais acertado ali
era você realmente cuidar de seu pai, estando acompanhado por um colega. Se
estivesse sozinho, a prioridade seria outra, já que sua mãe estava lá.
— E será que meu pai ficará bem?
— Seu pai é forte, os médicos são bons. E, pelo que vimos, o problema é
que o coração acelerou demais, por causas emocionais e não físicas. Vamos
cuidar dele e tudo ficará bem.
O abraço e a voz dela o confortaram melhor do que se qualquer outra
pessoa se lhe falasse as mesmas coisas.
Pela manhã, André continuava tranquilo, mas a mãe estava ansiosa pela
falta de notícias. Carol tentava tranquilizar Marta, mas não tinha tido sucesso
ainda.
Assim que acabaram os exames, o médico chamou os familiares para o
quarto onde estava Pedro.
Enquanto o médico explicava a André a situação e todos os cuidados que a
família deveria ter a partir daquele momento, Marta recebeu a ligação de José
Carlos, o dirigente do time.
Carol começou a espirrar forte. A garganta também tinha começado a
arder. Ela logo imaginou que fosse a temperatura do hospital e o fato de não
terem dormido. Ela estava pensando em sair do quarto para não contagiar todos
ali.
Depois de tirar todas as dúvidas da família, o Dr. Tiago aconselhou
Carol a marcar uma consulta com o pneumologista do hospital, pois a tosse de
Carol não parecia comum de início de gripe.
Apenas ele não especificou que, além de ser cardiologista, também era um
dos pneumologistas do hospital, mas lhe receitou um medicamento para aliviar a
tosse, após saber que ela não tinha nenhum tipo de reação alérgica àquele
medicamento.
Quando Carol saiu para marcar a consulta, Marta pediu ao filho para
acompanhar a banda de estrangeiros em uma visita pela cidade; pois José Carlos,
o dirigente do time, não poderia acompanhar os músicos, já que a briga tinha
saído nos jornais e estava rendendo publicidade tanto para o time quanto para o
restaurante, o que o estava mantendo muito ocupado. Assim, André confirmou que
iria.
Quando Carol voltava da recepção, onde foi marcar a consulta médica,
Marta lhe encontrou no corredor e falou:
— Eu quero te agradecer.
— Mas pelo quê?
— Você ajudou a animar André, que vi que estava angustiado. E
ainda separou a briga entre Pedro e Eduardo.
Carol quase fala que separar brigas era rotina para ela, mas se deteve a
tempo, pois se lembrou que os pais de André não sabiam da verdadeira profissão
deles.
— Imagina! Eu e André já estávamos lá, e eu...
Carol é interrompida por Marta.
— Mas não pense que por eu reconhecer o que você fez, que eu vou me
tornar sua amiguinha. E nem espere que a trate melhor.
Carol tenta argumentar que não esperava nada, mas Marta não deixa e
volta para o quarto onde Pedro estava.
Para se
acalmar, Carol foi observar o berçário, que estava vazio. E ela começou a
pensar que seus braços também estavam vazios de um bebê, e no quanto gostaria
de se entender com a sogra. Logo André chega e imagina que a esposa sofre
apenas por não terem tido filhos.
— Oi,
Cabelo-de-fogo. Ainda está cedo pro nosso filho. A médica nos falou que por
causa dos ferimentos, iria demorar. – falou André, se referindo aos ferimentos
que Carol sofreu pouco tempo atrás.
— Eu sei. –
Carol confirmou a informação, mas desanimada.
— E como a
minha mãe ajuda nos interrompendo toda hora, vai levar um pouco mais de tempo.
Já pensou em como será a próxima vez que ela vai aparecer e brigar conosco? E
nas caretas que vou fazer? – André falou em tom de joça.
Carol se lembrou das vezes que estavam em situações um pouco mais íntimas e foram interrompidos. Acabou rindo com a lembrança, pois seu marido era especialista em reclamar. André ficou feliz por ela não estar mais com o rosto triste. Ele gostava do seu sorriso e do som de sua risada.
Entrevistas no Café da manhã
Devido à briga da noite anterior, o dirigente José Carlos e a gerente Silvana
estavam dando entrevistas aos jornais locais. Silvana já tinha dado seu
depoimento à polícia, mas ela também estava preocupada em saber tudo o que
houve no dia do acidente de Murilo, que era seu namorado na época.
A história da briga já tinha saído na TV e virou manchete nos jornais:
“ex-técnicos de futebol levam rixa dos campos para as mesas de restaurante”.
José Carlos estava com medo deste tipo de publicidade, mas as pessoas
estavam tão interessadas no barraco e nos possíveis motivos, que o clube já
tinha recebido a metade de sócios do que tinha anteriormente, e isto em uma
manhã. Por isso, ligou para Marta explicando que estava impossibilitado de ir
ver Pedro, e também de acompanhar a banda; mas Marta lhe disse que mandaria o
filho ir em nome do time.
O time estava no coração de toda aquela família. Por isso, Marta disse
que o filho acompanharia os visitantes, antes mesmo de falar com André. Ela sabia
que se Pedro estivesse acordado, teria feito o mesmo.
Na casa das Wan, Cléo e Patrícia conversavam enquanto tomavam seu café
da manhã.
— Aquele carinha de ontem, você não se apaixonou por ele, né? – Patrícia
resolveu averiguar antes de dar sua opinião.
– Apaixonada, não. Mas ele é tão lindo e bacana! Até me fez esquecer o
idiota do Léo naquele momento.
– Você é uma pessoa ótima e fico preocupada que ele ou outro te use.
– Não entendi. Por quê?
– Você está mais vulnerável que eu nesta questão de amor. Não quero que
sofra ainda mais. E como você e ele trabalham no mesmo ramo, vai que ele queira
apenas seus contatos e nada mais.
– Pode ficar tranquila. Depois de passar tanta vergonha, dando cantadas,
dando indiretas de que tava a fim de Leo e ele sem notar, que eu cansei. E Josh
vai pra casa hoje. Então, infelizmente, não deve rolar nada entre nós, mas Léo
já me curou de qualquer possibilidade de paixonite. E o Gabriel ontem, depois
do que aprontou com você, também me abriu os olhos.
– Nem fale mais o nome dele. Que mico! Tenho ódio dele!
Patrícia passou a xingar Gabriel mentalmente.
– E quanto a contatos, não depende de mim o sucesso dele. Ele tem
talento e eu trabalho em uma gravadora, mas precisa de muito mais que isso para
chegar ao topo das paradas. – Falou Cléo cheia de confiança.
– Se você diz... Só não quero que seja feita de boba e que seja magoada
também.
Desde que foram morar juntas, Patrícia nunca tinha visto Cléo se
interessar por ninguém, além de Leo.
Cléo não salientou que realmente tinha gostado de Josh e achava que ele
tinha bom caráter. A amiga era mais desconfiada que ela própria, mas em tão
pouco tempo, ela não seria tola de passar atestado de confiabilidade para
ninguém.
– Pode deixar. Sei me cuidar.
Patrícia não acreditava muito naquilo.
Entre quedas e beijos
Depois de todos os medos afastados,
o médico deu a alta hospitalar.
Pedro só se manteve levemente
acordado até chegar em casa, quando voltou a dormir, pois ainda estava sob os efeitos dos medicamentos. Ninguém, com exceção de Pedro, tinha dormido ainda. Marta pediu ao filho
ir logo ver a banda, antes que o cansaço o tomasse de vez.
Como André já estava mais
despreocupado com relação aos pais, ao invés de se arrumar para sair logo, ele
resolveu conversar com Carol, que ainda não sabia de sua saída.
– Terei de sair agora e acompanhar
a banda que tocou ontem, até eles partirem. Não demoro.
– Você está cansado, não dormiu nada. Vá descansar, que eu vou. E quando
seu pai acordar dos remédios, você estará firme também.
– Mas você está
gripada, é melhor ficar em casa.
– Se eu for, compro logo o
remédio, tomo e fico boa. Se você for comprar, vai demorar até chegar aqui com
ele. A farmácia é longe daqui.
Após uma breve discussão, em que nenhum dos dois cedeu ficar sozinho em
casa, André usou de outra tática:
– Que tal irmos juntos? Compramos
o remédio no caminho, você toma logo e, quando chegarmos, todo mundo vai
dormir, sem um ter medo de acordar o outro.
Após pensar um pouco, Carol concordou.
– Tudo bem. Se este é o único jeito para você descansar mais rápido...
— Mas antes de irmos... – E
finalmente André fez o que tentou fazer no restaurante.
— Está fazendo cócegas! –
começou a rir – Estou gripada. Quer pegar a minha gripe?
Ao invés de responder, André
preferiu continuar beijando seu pescoço.
Até que...
– QUE BARULHEIRA É ESSA? NÃO
MANDEI VOCÊS SAÍREM?!! –Marta gritou do outro lado da porta.
– A senhora não quer ter
netos, não?
– Se você nos deixar dormir,
nem eu e nem seu pai vamos morrer amanhã, então não há pressa nenhuma pra
netos. Agora, parem de barulho e saiam já!
André já ia pedir perdão por
ter deixado Carol cair e lhe estendeu a mão, quando percebeu que ela estava
sorrindo.
– Não era pra você estar
furiosa comigo?
Carol fingiu não ouvir e
recitou a rima:
– “O tapete é macio, a laje
tá bonita; a cara frustrada de André é divertida”.
– Sem graça. Me dá logo a
mão.
No outro quarto, Marta foi
dormir com Pedro.
Compras e telefonemas
No hotel, que era um conglomerado
de cabanas para proporcionar privacidade e contato com a natureza aos hóspedes,
Gizella e Dave conversavam.
– E aí, Gi, tá gostando
daqui? — Dave perguntou.
– Meio parado, muito mato,
mas até que é bonitinho.
– Bonito mesmo seria ver
mais contratos fora dos barzinhos e ruas! Conseguir algo grande!
– Verdade. Mas vamos
conseguir, ok? Relaxa. Vamos nos divertir um pouco! — Ela sorriu.
– Hmmm... Que tal a gente
competir ali no tronco? Topa?
– E o que o ganhador leva?
– É só por diversão, Gi!
Cadê seu espírito esportivo?
– Acho que deixei em casa.
Gizella sabia o que iria
pedir se fosse por recompensa, mas já estava tão queimada com tanto toco que
não sabia se realmente teria coragem de pedir um beijo. Capaz dele achar que
era beijo no rosto!
– Tudo bem! Eu topo. Você
vai perder de qualquer jeito, ok? Com ou sem prêmio. – Gizella riu.
– Eu sou mais forte que você
e a brincadeira é de resistência!
– É de equilíbrio, cabeção!
E sou mais leve que você, seu bobo! — Ela caiu na risada.
Axl conseguiu um binóculo
emprestado e foi ver os pássaros do local. Por sorte, Bella sabia quem tinha
emprestado o binóculo.
Como Gi não tinha levado
biquíni, ela e Dave foram à loja do hotel, que vendia roupas, além de
souvenires locais e dos outros Impérios, já que os moradores sempre buscavam
novidades e informações de outras regiões ali no hotel.
O proprietário da loja só
sentia que o Terceiro Império não estava mandando mais coisas, mas o que
recebiam do Quarto Império tinha uma ótima saída e seus fornecedores nunca o
deixavam sem material.
Gi estava se divertindo,
enquanto experimentava os biquínis.
– Este biquíni é a minha
cara! Aqui até que tem coisa bonita! – Gi realmente estava impressionada, pois
achava que não teria nada de interessante naquela cidadezinha.
– Você está é engraçada
fazendo estas caras e bocas! — Dave sorriu, mas sem tirar os olhos dela. Ele a
achava muito gata!
– Você está morrendo de
inveja por que estou linda e gostosa, e aqui não tem nada que te ajude a
melhorar essa tua cara feia! — Ela o zoou.
– Eu não sei o que é melhor:
cheiro de dinheiro ou de roupa nova! – Gi riu.
– Tá mudando de assunto
porque vai perder. – Dave se acabava de rir, imaginando que a vitória do
desafio estava garantida.
– Veremos, meu caro.
Veremos.
E ainda compraram
lembranças.
– Você está na minha frente, Cabeçudo! – Gi reclamou.
– Culpa sua que estava
olhando roupas! – Ele riu.
Após eles saírem, as
atendentes Suzana e Samanta, que eram irmãs, passaram a conversar.
– Você viu que lindo? O
namorado acompanhando a namorada nas compras e ainda brincando! – Suzana
começou.
– É só mais alguns turistas
malucos, metidos e endinheirados. Que saco! Odeio este lugar!
– Eles são tão fofos! Se
eles casarem, quero ir ao casamento deles. Ou que eles passem a lua-de-mel
aqui!
— Eu quero é ganhar dinheiro e sair daqui. É só pra isso que estes
turistas servem: trazer dinheiro!
— Você é uma mala sem alça, sabia? E antissocial também!
Minutos depois, do lado de fora da loja:
— Falei que ia ganhar! – Gi riu. – Não foi na piscina comigo ontem, mas
se molhou agora! Kkkkkkkkkkkkkkkkkkk...
— Sorte de principiante! Quero revanche, Gi!
Bella achou Josh na sala de descanso do hotel, assistindo o filme antigo
“Uma Cilada para Roger Rabbit”. Como ela estava chateada com uma sósia de
Jessica Rabbit, que encontrou certa vez em San Myshuno, passou a detestar o
filme.
Nota: Para saber o
que houve, clique aqui.
— E aí, Inha.
— Com barba, finalmente! Você era o único viking que eu conhecia que não
usava barba. Tá bem mais bonito!
— Hoje não tive saco para fazer. Bem melhor assim mesmo, né?
— Com certeza! Agora vai pegar mais garotas do que pegou ontem.
Bella riu com a lembrança da noite anterior, mas Josh ficou sério.
— O que houve, Batera, por que tá com esta cara amarrada? E por que ninguém
te achou mais cedo?
— Nem te digo, Inha (diminutivo de Bellinha). Aliás, vou te dizer, por
que você não vai me zoar como os outros.
— O que houve? – “E como ele aguenta assistir essa ruiva falsa?”, ela
pensou.
— Virei o outro sem querer.
— Como é? Conta tudo, vai! Deixa de suspense!
— Sabe a loirinha de ontem?
— A de cabelo com luzes?
— Sim. Aquela mesma. O nome dela é Mariana.
E ele passou a contar o que tinha ocorrido.
— Dormi na casa dela, que tinha o quarto mais bagunçado que o cérebro de
Axl!
— Impossível! Kkkkkkkkkkkk... – Bella riu. Amava seu namorado, mas sabia
que ele era meio tontinho!
E até o Josh riu da resposta dela, mas continuou:
— Como ia dizendo, a gente tomou café junto e tudo ia bem...
— Até aparecer um armário do tamanho de seu closet na cozinha.
— Você tá brincando?! Iiiiiiiiiiinho, que babado!!!
— Queria eu estar brincando! Mas continuando: ele foi fazer o café dele
e eu pensando que era colega de quarto ou algo assim. Mas logo ele me explicou
a situação. Mariana tinha ficado comigo como vingança por ele ter saído na
noite anterior com uma amiga, para ajudá-la a voltar para o ex, pondo ciúmes no
outro. Só que diferente de eu e Mariana, ele e a amiga nunca tiveram nada. Era
só encenação.
— Ah, tá! Isso é o que ELE te contou, né? “Encenação”! Não tô caindo
nessa não! Já vi o meu querido irmãozão Nick usar essa desculpa com uma ex
dele!
— Bem, mas foi o que ele disse na frente dela! Se é verdade ou não, aí já são outros
quinhentos!... Mas, tipo, o bom é que, apesar da cara feia de pugilista, ele me
pareceu ser do tipo ponderado e não tava chateado comigo. Só com ela. Pensei
que fosse do tipo que bate em mulher, mas o cara é gente boa. Ele me pediu
desculpa por eu estar no meio da treta, quando viu minha cara de confusão e de
indignação.
— Tá. E a guria? – Bella perguntou, franzindo uma sobrancelha.
— Quando saí de lá, eu escutei ele pedindo para terminar. E sabe a bagunça
da casa? Ela bagunça e ele arruma. O cara fazia tudo por ela e ainda leva
essa!!!
— Batera, na moral, não viaja! Você mal os conhece! O cara pode estar jogando também, tá? Querendo pagar de santo e dando um jeito de fazer a guria pagar de louca!
— É mesmo, né, Inha?...
— Claro!
— Você tá certa, cara!
— E a japinha? Vi vocês no maior “love”, ontem. – Bella estava se
relembrando o porquê do filme ser divertido, mas nunca ia torcer o braço e
revelar que torcia para a verdadeira “Jessica Rabbit” e seu marido.
— Sei lá, Inha! Deve ser igual à outra! E na moral? Tô fora! Não nasci
para ser feito de trouxa e nem para ser o “outro”. E você tá ligada que não
estou a fim de me amarrar agora, né?
— Olha, Inho, quem vê cara não vê coração. E você mal conhece as duas. E
já que você vai manter a amizade com a Mariana, faz o mesmo com a japinha
também!
— Pra quê? Já vamos embora hoje mesmo! – Ele disse.
— Não é você que diz que contatos e amizades novas são sempre
bem-vindos? E como você citou, ela é do ramo musical! Deve ter uma conversa
boa! Sei lá! E será horrível se ela tiver uma péssima impressão de você, como
se você quisesse apenas os contatos dela. Entendeu?
— Pô, véi! Verdade, cara! Você tá certa, Inha!
— Claro que tô certa! – Ela riu.
— Pois vou lá fora ligar pra ela. Valeu, Inha! É por isso que eu te amo!
E é por isso que você será a única a ouvir isso de mim! – Ele riu. – Pelo menos
até um dia eu encontrar a minha metade. Mas espero que demore a acontecer! –
Ele caiu na risada de novo.
Quando Josh saiu, Axl chegou para ficar com Bella; e duas senhoras foram
aproveitar a companhia deles.
Do lado de fora da cabana de TV, o “Batera” fez a ligação, mas, no
fundo, estava meio incomodado com a situação: ele tinha praticamente ficado com
as duas garotas, mas não queria ser cafajeste com ninguém e queria, inicialmente, apenas manter a
amizade com ambas; mas foi enganado por uma e, segundo Bella, a outra talvez
tivesse esperança de que um relacionamento estivesse começando ali, sendo que
ele não queria se amarrar.
— Opa! Beleza, Cléo? Queria conversar contigo. Meu ônibus sai às 18 hs.
Tem como a gente se ver antes?
— Claro que sim. Vem almoçar comigo. Estou preparando um almoço
delicioso – Cléo não era tão boa na cozinha, mas se esforçava.
— Você mora com alguém? Tem alguém aí que possa ficar incomodado com
minha presença e talz?
— Moro com minha amiga, que saiu para o trabalho. Hoje é minha folga.
Estou aqui sozinha com o frango pro almoço e com saudades de você.
— Então tá. Daqui a pouco passo aí.
“Acho que tenho algo no
guarda-roupa para o gatinho.” – Cléo já planejava o encontro.
Preparação e Aproximação
Para não se atrasarem ainda mais, Carol não tirou o aplique. E como iam
recepcionar gente de outro país, pôs uma roupa mais elegante que um suéter, mas
com mangas para aquecer. Carrapato também os acompanhou, mas já estava correndo
pela propriedade.
— Sutiã novo?
— Digamos que hoje estou toda falsa: cabelo falso, busto falso...
— O busto pode ser falso, mas tá bonito.
Quando chegaram à recepção do hotel, o local estava vazio.
— Cadê o recepcionista? – André reclamou.
— Deve ter ficado apertado e saiu.
Folhearam a ficha de registros e André soube o número dos quartos.
— Que vacilo. E se a gente fosse ladrão?
— Talvez eles não estejam nos quartos. Vamos nos separar e procurar. –
Carol sugeriu.
André ficou encarregado de olhar nos quartos, que eram pequenas cabanas,
enquanto Carol ficou de olhar na loja e no restaurante, que faziam parte do
hotel.
Música:
George Thorogood - Bad tothe bone
“Uma gata que beija bem mais
almoço garantido!”, Josh estava tão feliz com a combinação perfeita, que quase
esqueceu a conversa que teria com Cléo e foi comprar um presente para ela na
lojinha.
Não que achasse que precisava comprar o carinho de alguém, pelo
contrário, mas achou que a moça merecia algo dele. No entanto, acabou perdido
na música “Bad to the bone” (que ouvia pelo fone de ouvido) e que dizia:
♪ Eu parti mil corações antes de te conhecer. / Eu vou partir mais mil
(corações), gata, antes de eu terminar. / Eu quero ser seu, gata linda! Seu e
somente seu! / Eu estou aqui para te dizer, querida, que eu sou mau até os
ossos! ♪
“Mais um doido hoje. Eu não
mereço!”, Samantha lamentou não poder falar isso em voz alta.
Carol entrou na loja naquele momento.
Josh teve a atenção atraída no mesmo instante, enquanto ouvia o resto da
música: ♪ Eu faço as ricas implorarem, eu farei as honestas roubarem! / Eu
farei as velhas corarem e as novas gemerem! / Eu quero ser seu, gata linda! Seu
e somente seu! / Eu estou aqui para te dizer, querida, que eu sou mau até os
ossos! ♪
“P%$#&*!!! Que mulher
gata!!!”, Josh pensou, impressionado com a beleza da ruiva.
Carol olhou ao redor para ver qual das atendentes podia lhe ajudar. A
outra pessoa que estava ali era um visitante inofensivo. Foi pedir informações
à atendente que sorria e que provavelmente estava mais aberta a lhe ajudar.
— Olá! Estou procurando a banda Nordic Lhama. Me falaram que estavam
hospedados aqui. Sabe me dizer se os conhece ou se os viu?
“Deve ser uma fã que não pôde
pegar nosso autógrafo ontem e agora está nos procurando!”, pensou Josh,
enquanto dava um jeito para ficar mais apresentável. “O seu Batera tá aqui,
baby!”.
Enquanto isso, do lado de fora.
— Ninguém nos quartos. Vou perguntar àquele pessoal.
De volta à loja:
— Oi. Tudo bem? – O Batera se aproximou de Carol com seu melhor sorriso.
– Eu sou o baterista da banda. Meu nome é Josh.
— Prazer, Josh. Meu nome é Carol e vim acompanhá-los...
Josh não a deixou terminar:
— Me responde uma coisa antes, baby: solteira, disponível, procurando
diversão descompromissada com algum baterista gente boa?
— Calma lá, garoto! Acho que não me expliquei direito.
Carol sabia como tratar este tipo de gente: distanciamento somado com
cortesia fria em geral funcionavam. E citar um compromisso ajudava a manter
afastados os mais persistentes.
— Eu e meu marido viemos aqui em nome do time para mostrar a cidade à
banda.
— Aaaah, tá! Entendi, entendi! Me desculpe pelo meu comportamento.
Mesmo! Eu te levo até o resto da banda.
“Pôxa, que pena, cara! Casada? Não destruo matrimônios! Matrimônios são sagrados,
man! Mas até entendo, viu! Uma gata dessas não estaria só nunca, meu!”, Josh
pensou.
— Senhor! O senhor já estava se esquecendo de levar o presente para sua
namorada. – Por nada que Suzana ia perder uma venda e deixar de ver um cliente
satisfeito ou um casal formado.
— Namorada, hein? – Carol falou.
— Amiga, baby. Amiga. – Ele quis deixar claro, pagando o presente. Mas,
no fundo, sentiu que dificilmente Carol acreditaria nele, por mais que ele
estivesse falando a verdade; portanto, suas chances, com ela, de poucas
passaram a ser nulas.
Do lado de fora, André soube que aquele grupo fazia parte da banda e que
não tinha saído do hotel, como ele chegou a imaginar. Que sorte!
Ficou acertado que ele e a esposa iam levar o grupo para almoçar,
conheceriam a cidade e depois eles os levariam até a estação rodoviária de
Colina Formosa, já que o aeroporto era em Enseada Belladonna.
Logo Carol e Josh chegaram. Após conversarem mais um pouco, André notou
que Josh não tirava os olhos de sua mulher, mesmo enquanto escutava música. Por
via das dúvidas, marcou território para o outro entender que a ruiva ali não
estava disponível.
Dave não perdeu a chance e comentou com Gi:
— Aquilo foi por causa do Josh! Olhe a cara do Batera de cachorro sem
osso! Kkkkkkkkkkkkk...
— E não é? Ainda não sei se dou risada do Batera ou se fico com pena
dele! – Gi riu.
Falando em cachorro, Carrapato apareceu para cumprimentar os visitantes
e logo ganhou o carinho de todos.
Em pratos limpos
Música:
Etta James - I Just Want To Make Love To You
Enquanto os amigos saíram para conhecer a cidade com André e Carol, Josh
foi à casa de Cléo, como tinham combinado.
Assim que chegou foi bem recebido por Cléo, que logo o chamou para a
refeição.
— Você deve estar com fome. Entre logo. O almoço está na mesa.
Cléo serviu logo o almoço e deixou o rádio ligado em uma estação de músicas antigas. Naquele momento, a rádio tocou um blues na voz profunda e cativante de Etta James.
Josh não deixou de notar a diferença gritante entre as duas (Cléo e Mariana). Bella parecia estar certa. Não eram iguais só porque as duas o quiseram quase que ao mesmo tempo.
Josh não deixou de notar a diferença gritante entre as duas (Cléo e Mariana). Bella parecia estar certa. Não eram iguais só porque as duas o quiseram quase que ao mesmo tempo.
Após conversarem banalidades, Josh falou o que o preocupava.
— É o seguinte, Cléo. Gostei muito de você, mas como teve aquele papo
dos contatos, não quero que você pense que eu...
— Que você esteja se aproveitando de mim? Eu sei que não. Até porque, eu
que deveria pedir desculpas neste caso. Eu é que, para ganhar sua atenção, lhe
falei do meu trabalho e lhe prometi os contatos, que embora seja algo, não é
uma promessa de contrato e nem de sucesso. Metal ainda é considerado música de
nicho, embora isso tenha mudado um pouco nos últimos tempos, por causa dos
filmes de massa, o que aumentou o público consumidor, mas a diferença é pouca
ainda.
* Música de nicho: obra feita para um público específico.
— Que bom que você não pensa mal de mim. – Ele sorriu aliviado.
— De modo algum.
— Eu gostei mesmo de te beijar.
— Eu também.
— Mas se houver repeteco, não é sinal de compromisso, entende?
— Entendo, sim. Você viaja muito, não pode no momento pensar em criar
raiz.
Ela já sabia o que os músicos sempre falavam no estúdio de gravação.
— Isso! Esse negócio de “criar raiz” não é pra mim, sabe? Não agora.
— Entendo. – Ela já sabia que havia homens e mulheres que realmente não
foram feitos para relações sérias. Ela já estava pensando se ela própria tinha
algum problema por não chamar a atenção de ninguém, até Josh se interessar por
ela.
— Então beleza. – Ele sorriu.
— De qualquer forma, se a gente namorasse agora, nem seria justo. – Ela
continuou.
— Por quê?
— Eu gosto de um vizinho meu, mas ele não gosta de mim. Eu estaria te
usando para esquecê-lo.
— Ele é seu namorado? – Ele perguntou curioso.
— Não. Ele mal sabe de minha existência.
— Uma gata linda, sedutora, que nem precisa fazer nada para conquistar e
este cara não te curte? Ele é um imbecil. Mas se fizer questão do idiota e
precisar de mim para causar ciúmes nele, tô dentro! – Ele riu. – Talvez isso
faça o babaca te perceber.
— Obrigada.
— Mas você é do tipo que casa, que cria raízes, certo? E amor eterno eu
não posso te prometer, mas amor temporário e diversão, aí é comigo!
Cléo estava envergonhada e sem-palavras, mas tinha gostado tanto do
elogio quanto da sinceridade. E claro, da oferta. Podia ser pouco em questão de
relacionamento, mas tê-lo não era má ideia. Preferiu mudar de assunto.
— Um brinde à amizade?
— À amizade!
Após o almoço, conversaram casualidades no sofá para se conhecerem. Josh
era sempre organizado com seus compromissos e sabia que ainda tinha um pouco de
tempo.
— Sofá pequeno e macio, né?
— É.
— Que hora sua amiga volta?
— Bem mais tarde.
Josh mostrou a Cléo algumas outras serventias do sofá.
Histórias antigas e despedida
Todos se encontraram na estação rodoviária da cidade no horário marcado.
E Josh reviu Mariana.
— Mari? O que tá fazendo aqui, guria? – Ele perguntou, surpreso.
— Terminei com Armando. Ele disse que eu tava com ciúmes, mas se ele sai
com outra, porque não posso sair com outro também, né? E além disso, vou
aproveitar que minha banda tá de férias da turnê e vou visitar meus parentes em
Riverside.
Josh não comentou que ouviu Armando terminando com ela. Vá que
voltassem. Ele é que ficaria mal na história.
— Você vai direto para Riverside daqui?
— Não. Vou pegar o seu ônibus para Enseada Belladonna também. Assim,
podemos aproveitar melhor a viagem, sabe né? - Deu uma risadinha.
— Você podia ter me contado que tava com alguém e que o cara ia aparecer
na tua casa, guria. A situação ficou bem chata...
— Foi só um mal entendido. Acontece às vezes...
— Mesmo assim, né?... Só não repete isso comigo, beleza? – E Josh achou
melhor não entrar mais nesse assunto, já que só dizia respeito a ela. – Mas
então! Já que a gente vai pegar o mesmo ônibus, vamos ter mais tempo pra
conversar. Quero saber mais dessa tua banda aí, baby! - Ele sorriu.
Josh não gostava de mentiras de nenhuma das partes: nem dele, nem das
parceiras, mas também não se estressava por muito tempo.
Do lado de fora da estação, que era pequena...
— Pena que a gente perdeu o show de vocês. – Carol comentou
— Verdade. Sempre gostei de rock. E soube que você tocou com a guitarra
de Brito Mada. – André estava entusiasmado.
— Quem é Brito Mada? – Bella estranhou o nome.
— Deve ser algum grande ícone do rock que eu não lembro. – Axl disse
tentando lembrar se já tinha ouvido aquele nome em algum lugar, mas estava
mesmo era pensando em alguns riffs para uma nova música, dedilhando-os no ar
como se estivesse com sua guitarra nas mãos.
— Oh, primo! A gente não tem como conhecer todos os grandes nomes de
todos os Impérios, cabeção! – Dave riu.
— Releva. É o Axl. – Gi disse ao baixista tentando fazê-lo se lembrar de
que o vocalista era meio “esquecido das ideias”.
Dave sabia disso. Até porque moravam juntos. E gostava bastante do
primo, mas o jeito de Axl fazia qualquer um rir ou arrancar os cabelos!
— Ah, não é nada disso. Ele era um bilionário. – Carol esclarece.
E Bella ficou mais quieta, pois ela própria era uma bilionária e não
gostava de contar isso para as pessoas, apesar de que aquele casal ela tinha
achado muito confiável.
— E ele reconquistou sua namorada através da música da guitarra.
— Se quiserem, a gente conta a história. – Carol sugeriu e eles
aceitaram.
Todos se sentaram no chão para ouvir a história. André já a conhecia e
poderia contar, mas Carol era melhor nisso que ele. Deixou a tarefa para ela.
Na verdade, ele gostava de ouvir sua voz quando ela contava histórias ou lia
bula de remédio.
E Carol começou a narrar:
— Em uma cidade chamada Vila Digital, morava um homem com sorte nos
negócios, mas com muito azar no amor. Ele tinha cerca de $ 2.800 bilhões de
simoleons, além de sua humilde mansão, mas não tinha ninguém, além de seus dois
únicos e fiéis amigos, para poder compartilhar de sua riqueza. Seu nome era
Brito Mata.
Quando começou a contar a história, Carol começou a brilhar e o único
que conseguiu perceber foi André, que não entendia como os outros não estavam
surpresos com aquilo. Ele achou que devia estar vendo coisas.
Carol continuou e o brilho aumentou de intensidade:
— Em uma festa, Brito conheceu e se encantou por Samanta Gastão, mulher
linda e sedutora, e na mesma noite começaram um romance. Após uma semana de
namoro, ele teve de viajar a negócios. Depois de duas semanas, retornou à casa
e à uma namorada sedenta para casar naquele mesmo dia, sendo que os dois mal se
conheciam. Brito pediu um tempo.
Soube no dia seguinte que Samanta já estava saindo com seu maior
concorrente nos negócios, o antiético Juca Paz. Ser trocado em tão pouco tempo
feria mais o seu orgulho do que o amor que nutrira por Samanta, pois imaginou
que o que a atraía nele era apenas o dinheiro.
Em uma noite, para diminuir a tristeza, foi com os dois amigos no
boliche local e lá encontrou Naomi, uma simples barista.
Ele deu a cantada mais comum em todo o universo, mas conseguiu a atenção
de Naomi, que achou a cantada horrível (e quem não acharia?), mas gostou de
Brito e trocaram números de telefone. Como seu turno estava no fim, ela foi
embora.
Antes de Brito lamentar o breve
encontro, chegou sua ex, acompanhada de Juca, para lhe causar ciúmes. Como ele
era por demais orgulhoso, deu em cima de outras garotas do local, sendo
rejeitado por todas, e foi mais humilhado ainda por Samanta e Juca, pois ele não fazia o tipo conquistador.
No dia seguinte, ligou para Naomi e marcaram um encontro, mas este foi sabotado
por Samanta, que ainda era obcecada pelo dinheiro de Brito e não aceitava o
fato de Brito já não pensar nela como antes.
Sem conseguir falar com Naomi para esclarecer a situação e sem
esperanças de voltar com ela, Brito resolveu tentar a sorte com outras
mulheres. Além de ter seus encontros sabotados por Samanta, ele percebeu que
nenhuma era igual à sua doce Naomi; além de algumas só quererem seu dinheiro.
Um de seus amigos consegue aproximar Naomi e Brito, numa pequena festa na
casa de Brito, mas Samanta consegue invadir a festa e sabotá-la. Brito sofre
uma eletrocussão. E a festa? Já era!
Dias depois, ele liga para Naomi e marcam um novo encontro no trabalho
dela, após seu expediente. E lá, finalmente se beijaram.
Tudo ia muito bem entre ele e sua Naomi, mas, após ser notificado que
Samanta e Juca iriam ter um casamento relâmpago, Brito fica seriamente
preocupado com a saúde mental de Samanta. E a chama para conversarem em sua
casa, porém, assim que ela chega, acabam discutindo ainda mais. Quando Brito
percebe que ela está perigosa, pede para ela sair de sua casa e de sua vida.
Mas antes de sair da casa, Samanta quebra vários objetos e ainda põe fogo na
cozinha. Graças ao alarme de incêndio, a
casa de Brito não virou cinzas.
Juca e Samanta chegaram a ofender sua Naomi por ser pobre. Brito entrou
em luta corporal com Juca e, como Samanta continuava falando mal de Brito, Naomi
o defendeu, lutando com Samanta. Brito nunca deixaria ninguém ofender sua doce,
mas forte e corajosa Naomi, que também lutou por ele.
Ainda assim, Naomi não estava pronta para dar um passo mais
significativo no romance deles. Ele a convidou para um jantar em sua casa e lhe
mostrou seu satélite recém-lançado pelo telescópio, pois tinha orgulho de seu
feito.
Depois lhe fez uma serenata com a guitarra e finalmente criou coragem
para pedir que morassem juntos.
Naomi não pôde resistir a tanto romantismo e se mudou para a casa dele.
Foram ver juntos as estrelas, mas o mesmo satélite que Brito tinha lançado em
órbita, recentemente, caiu em cima de Naomi, matando-a instantaneamente.
Quando Dona Morte apareceu para levá-la, Brito suplicou pela vida de sua
amada: “Não leve minha Naomi. Não sou
nada sem ela. Preciso dela para viver. Por favor, não a leve!”
Dona Morte, em um raro momento de generosidade e sabendo do amor que
Brito sempre teve ao dinheiro, lhe dá duas alternativas:
01. Dona Morte poderia ressuscitar Naomi, mas sua empresa iria falir,
ele perderia sua casa e seria pobre, ou;
02. Dona Morte levaria a alma de Naomi e Brito manteria sua empresa, seu
dinheiro e sua mansão, mas devido ao coração duro de Brito, Dona Morte lhe
daria ainda uma estátua representando Naomi, para ele jamais esquecer que sua
ambição custou a vida de uma boa mulher.
Dias depois, seus amigos, que tinham a chave da casa de Brito, não encontraram
ninguém. Apenas acharam a estátua de Naomi no meio da sala. Até hoje buscam
Brito e Naomi.
A empresa faliu e muitos acham que foi castigo por ele não ter salvo Naomi, enquanto outros acham que Brito optou por Naomi e os dois foram morar em algum local longínquo.
Quando a história acabou, André percebeu que outas pessoas se juntaram
para ouvir e ninguém, além dele, percebeu que a esposa estava brilhando ainda. E a história de Brito fez surgir várias
reações:
— Que história de amor linda! Até a Dona Morte reconheceu isso! – Bella
falou.
— CARACA! O cara falou com a Dona Morte! Que demais! – Gi procurou falar
baixo e se conter, pois sabia que outros iam considerar pagação de mico da
parte dela.
— Quase 3 bilhões de simoleons! Esse cara devia ter uma moto massa
também! – Dave disse; e pensou: “E eu querendo apenas uma casa!”. – Será que
ele preferiu manter a grana?
— UAU! Sempre soube que a música podia tudo! E se ela tinha metade,
aliás, metade-da-metade da beleza de minha Bella, eu entendo tanto amor do
cara. Para quê dinheiro se a gente tem amor, não é, baby? – Axl deu um selinho
na amada, que sorriu.
— Não gosto de finais com Morte – Uma adolescente falou.
— Mas acho que ela não permaneceu morta, garota. Fique tranquila. E que
história linda. – Outra moça que tinha se sentado, para ouvir, falou com a
adolescente.
A banda entrou na rodoviária para aproveitar os últimos minutos ali.
— A história é meio fantasiosa, mas achei esse Brito muito massa! Ver a
Dona Morte em pessoa, cara! Imagina que irado! – Gi sorriu.
— Realmente! A história é incrível. E se acharam a estátua, acho que ele
preferiu a moça, hein? Muito legal! – Bella sorriu.
— Vou levar essa coleira. – Axl disse. E olhou para o primo e comentou:
- Cara! Eu toquei numa guitarra que conquistou o coração de uma mulher, man!!!
Olha que da hora!
— Sim, sim, sim, Axl! Muito da hora! Mas me deixa te fazer uma
perguntinha: para quê essa coleira, véi? A gente não tem cachorro em casa,
Cabeção! - Dave lembrou o primo, torcendo para que ele não se lembrasse do fato
de que nem tinham casa.
— Mas tem o Duke na casa da vó, Cabeçudo! Quando a gente for vê-la, eu
levo! Dããããã!!!
“1 a 0 para Axl. Nessa ele mandou bem!”, Dave pensou.
— Aproveita que tá sem fazer nada e me pegue a coleira mais bonita para
a minha gatinha. - Axl pediu, sorrindo.
— Vai colocar no pescoço da Isabella? – Dave zoou, caindo na risada. “1
x 1 agora!”, ele pensou, rindo.
— É a coleira do gato que vou comprar para a minha Bella, que é a minha
gatinha, bocó! Ela sempre me disse que vive atrás de um gato branco de olhos
azuis para chamar de Kero-Chan!
Dave até ia fazer mais uma piadinha, mas deixou essa passar. Tratou de
pegar uma coleira azul.
Quando o ônibus chegou, todos se despediram.
Carol e André acenaram até que o ônibus tomou distância. Todos eles
seriam sempre bem-vindos.
— Como está se sentindo? – Após o ônibus partir, André perguntou, pois aquele
brilho o tinha deixado curioso. Ele sabia que a reação normal era sentir medo, mas
ele só sentia curiosidade.
— Estou bem. A dor na garganta diminuiu bastante.
— É que você estava... brilhando.
— Acho que você é que não está bem de vista. Já sei. Eu estava contra a
luz do sol. Você deve ter tido uma ilusão de ótica.
— Minha querida, nenhuma ilusão de ótica faria aquilo: te envolver em
uma luz azul, te deixando mais bonita.
— Você não está bem mesmo. Já está falando de forma poética. Tá com
febre? – Carol resolveu brincar. – Nem combino com azul, mas obrigada por me
considerar mais bonita.
Enquanto esperavam Carrapato (só bastava chamá-lo, que ele vinha) para
irem todos para casa, André continuou:
— Você acredita nesta história de Dona Morte e etc?
— Acredito. Há tanta coisa estranha neste mundo... – e ela se lembrou de
Murilo e da promessa feita a si mesma de lhe revelar tudo e passou a falar mais
baixo: – falando em Morte, assim que chegarmos em casa, preciso te falar algo
sobre ontem.
Pela cara e tom de voz dela, André sabia que era coisa séria.
— Não pode falar aqui, né?
— Não, mas é urgente e sobre o tio Mur...
Neste momento, a tosse a atacou fortemente.
Gostou das historias? Você também será bem-vindo neste mundo de The Sims
2!
E para você conhecer também a história de Brito e ter sua própria opinião e decidir o que haverá com Brito, clique na foto dele abaixo:
E não esqueça de deixar seu
comentário e sua reação. Pode comentar como anônimo também. A sua opinião é muito importante
para todos nós.
Participações
especiais:
Banda
Nordic Lhama: clique aqui para acompanhar as aventuras desta banda.
Mariana Fernandez:
Sim da história de “Casos ainda não solucionados”. Clique sobre o nome
dela para conhecer as confusões vividas por sua família.
Agradecimentos
A Sally Winter e a Denise
Martins que me ajudaram a construir e corrigir as falas de suas personagens tão
divertidas e maravilhosas.
Lotes usados:
Central Bus Station, de
danniefoley2004
Pineview Cabins, de LockedShut
Gray Lady's Memorial
Hospital,
de -kalisa-
Ameiiii!!! Nossa que história hein? Amando cada vez mais esse casal lindo, Carol e André. E essa tosse da Carol? espero que não seja grave. Parabéns Andrea! s2
ResponderExcluirObrigada, Paty!!!
ExcluirAmeiiiiiii!!! Só babado nessa história!!! E como naturalmente, a doidinha da minha Mariana fazendo rolo :P UAHUAHAUHAUHAUHAA
ResponderExcluirSerá que o remédio deixou Carol mágica?! :O E o que vai acontecer com ela?! Ansiosa!!!!
Sua Mariana é a Doida do Bem! kkkkkkkkkkkk
ExcluirTotalmente uhauahuahaa
ResponderExcluirObaaaaaaaaaaa!!! Capítulo novo!!! AMOOOO!!!
ResponderExcluirSeguindo teu exemplo (que quero deixar claro que amei, como vc deve ter percebido nos meus últimos comentários), pela ordem:
1) Que bom que nada mais grave aconteceu com Seu Pedro. Eu realmente sei como esses momentos no hospital são angustiantes! Espero que ele fique bem logo! E fiquei feliz na parte em que o vi de volta a sua casa.
2) “O abraço e a voz dela o confortaram melhor do que se qualquer outra pessoa se lhe falasse as mesmas coisas”. Olha, eu AMO esse casal! Que lindo isso! S2
3) Olha, preciso comentar isso de novo: aaaaaaaaamo a elegância de D. Marta! Ela atendendo o telefone toda diva, amei! :)
4) “– Mas não pense que por eu reconhecer o que você fez, que eu vou me tornar sua amiguinha. E nem espere que a trate melhor.”. Nossa,... Tanta elegância de nada vale quando ela trata Carol assim. Fiquei indignada! :(
5) Ooownti, e meus bebês da Nordic Lhama!!! Weeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!!! \o/ Super honra estarem em tua história, lindona! :D Amei a cena com Dave e Gi, a cena com Bella e Batera, tuuuuuuudo! E suas cenas foram muito criativas!!! Maravilhosas!!! \o/ :D S2
6) Batera de olho na Carol e André marcando território: ri muitooooo!!! Muito show!!!
7) A história de Brito Mada é incrível!!! Muuuito show!!! Uma lenda! Adorei!!! :D
Mais um capítulo maravilhoooooooso, Déa!!!
Arrasou demais!!! Parabéns, minha amiga linda!!! :D S2
Excluir01) Seu Pedro é resistente! Também fiquei mais feliz ao vê-lo em casa.
02) Também amo! Se completam!!!
03) e 04) Dona Marta sabe ser barraqueira, dama de classe, esportiva, punk... depende do momentoe e de quem lhe pise o pé. Penaque ela ache que Carol seja ameaça. :'( Mas ninguém pode dizer quie ela é injusta, pois reconheceu um pouquinho do calor de Carol.
05) Tentei fazer com Bella e Axl, mas ele não a desgrudava para conversarem! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
06) André parece cachorro: marca o território e não larga o osso ruivo!
07) Que bom que gostou!!! A história de Brito é linda. E se continuar, a depender da escolha do jogo, autonomamente tem barraco!
É uma honra ter seus bebês aqui e que você tenha gostado do jeito que foram tratados!
E obrigada pro ter gostado!