História de dois ex-militares que amam o perigo e o trabalho.
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Capítulo 04
Velha Paixão
Resumo
do capítulo anterior: Seu Pedro conta a Carol como conheceu e se apaixonou pela
esposa. Seu Pedro também fala sobre a morte do cunhado. A família é convidada a
um evento festivo na cidade. Carol percebe que outra mulher se interessa por
André e fica enciumada. A família joga futebol no videogame, acompanhados por
um fantasma.
Indo dormir
-
O senhor está me roubando?
-
Você é que não sabe jogar.
Após
André ter perdido 04 partidas seguidas contra o pai, ele comenta com Carol:
–
Depois de tudo, ainda tenho de arrumar a casa. Quem teve a ideia de comprar TV
nova?
–
Alguém de nome André, que queria muito jogar videogame. Agora vamos terminar
logo com isso, que ainda temos que colocar as caixas em local visível para não
nos esquecermos de levá-las ao lixo reciclável. E esta TV, podemos vender a uma
eletrônica ou doar a alguém.
–
Tá bom, Agente. Mas lembre-se de que eu era superior a você. Eu é que deveria
dar ordens.
–
Mas não era meu superior direto. E aproveitando que estamos sozinhos, me conte
a verdade: você deixou seu pai vencer, não foi?
–
Claro. E vou machucar o ego dele? Ele nunca jogou naquele console antes e nem
aquele jogo novo. Para um ex-treinador e ex-técnico de futebol, seria horrível
perder no game.
–
Que orgulho de meu maridinho: fazendo de tudo para deixar os outros felizes.
André
imaginou que o prêmio por ter perdido para o pai estava garantido. Até ouvir a
mãe atrás dele:
–
Que pouca vergonha é esta? – Dona Marta reclamou.
André
e Carol tomaram um susto. André tomou a palavra por ambos:
–
Não estávamos fazendo nada demais, mãe. Só guardando a TV velha.
–
Sei. Só estavam confundindo a minha casa com um antro de perdição, isso sim.
Ensinei estas coisas pra você?
André
e Carol preferiram não dizer nada, em respeito à idade dela. Sabiam obedecer a
ordens e quem mandava naquela casa era Dona Marta.
–
Esses maus costumes você aprendeu na cidade grande. Que vergonha! Vão já dormir. Amanhã, sob a
minha supervisão, vocês dão um jeito na TV. E se eu ouvir algum barulho
suspeito, eu nem sei do que sou capaz.
Dona
Marta falava enquanto o jovem casal ia para o quarto.
Ao
voltar para o quarto, e após se arrumar para dormir, Dona Marta e Seu Pedro
conversaram:
–
Porque desceu e não veio logo?
–
Aquela mulher está colocando o nosso menino no mau caminho. Escreva o que estou
te dizendo. Os dois estavam agora mesmo confundindo o nosso corredor com outra
coisa.
Seu
Pedro nada disse, mas pensou: “O garoto
puxou a mim. Ele é que deve estar colocando a menina em mau caminho. Grande
garoto!”.
Dona
Marta continuou:
–
Me conta uma coisa, Pedro: por que você não deixou o menino vencer nem uma só
vez? Tadinho do menino. Ficou tão triste.
–
O moleque do André já tem ego inflado. Precisa saber que nem sempre a gente
ganha na vida.
–
Que orgulho de meu maridinho! Sempre ensinando lição de moral ao filho.
Pedro estava feliz por ela ter se esquecido de colocar pepino sobre os
olhos. Acabou se esquecendo de se
incomodar com a máscara facial de Marta.
Velhas paixões
Naquela
noite, mas em outra cidade, Eduardo Couto, antigo técnico do Esporte Clube Vale Desiderata (ou EC Vale Desiderata; ou apenas Desiderata para os torcedores), maior rival
do Colinas Formosas FC, lembrava de
sua antiga paixão: Marta.
Quando
Marta era solteira, Eduardo tentou se aproximar da jovem, mas sem muito
sucesso. Ele imaginava que era por viverem em cidades diferentes. E ela nem era
linda de morrer, mas tinha muito charme, porte de rainha e um sorriso
misterioso que sempre o cativara, mesmo após ela ter se casado com outro.
Ela
preferiu o idiota e pobretão do Pedro do que a ele, que era bonito, rico, culto
e bem-nascido.
Ver o grude dos dois juntos dava até nojo!
E Eduardo ainda tinha
que tratar o outro bem e aparentar ser esportivo, ser amigo dos dois...
...sendo
que, na realidade, Eduardo queria mesmo era mostrar ao outro como agia um homem
de verdade, e Marta poder ver, com os próprios olhos, o quanto Pedro era fraco.
Eduardo
chegou a casar e a ter filhos, mas agora que estava viúvo, chegou a hora de ter
o que deveria ser seu.
Não importaria o que
custasse.
Preparação
A
manhã do dia da festa começou normal. Visita do carteiro, conversar, arrumar as
compras, preparar o almoço... Era bom ter um dia comum para variar.
Carol
se lembrava de que nem sempre tinha sido assim, mas achava melhor manter o
passado esquecido.
À noite, antes da festa,
Seu Pedro viu Dona Marta se arrumar e, ao fim do ritual de beleza dela, Seu
Pedro disse:
–
Está linda. Como sempre! – Seu Pedro nunca confessaria, mas tinha uma alma
sensível e romântica. Por isso, nunca conseguiu enxergar a esposa como feia,
mesmo nos momentos em que estavam brigados, e que eram muitos.
–
Mesmo? Acho que são seus olhos. Você não usa óculos.
–
Deixa eu te provar o quanto enxergo bem.
No
quarto ao lado...
–
Agora sim está arrumado. Que lindo! Acho que desta vez sua mãe vai me elogiar
por cuidar bem de você.
Apesar
de tudo, Carol queria ser aprovada por Dona Marta. No íntimo, ela queria ser
benquista por todos.
–
Mas você nem começou ainda. Vai se atrasar.
–
Nunca me atrasei antes e não será hoje. Me aguarde lá embaixo. Em 20 minutos
desço mais do que pronta.
Carol
já tinha tomado banho, se maquiado e separado a roupa, mas desejava fazer uma
surpresa.
Após
receber as dicas de Seu Pedro, tinha adquirido um perfume exclusivo. Era
diferente do que ela costumava usar, mas ela realmente tinha gostado daquele. E,
se tudo desse certo, André não olharia para mais ninguém além dela. Se bem que
ele nunca demonstrou interesse em outra, mas depois da paixonite de Rosa, todo
cuidado era pouco.
Na sala...
–
Reprise de “A volta do Coelho Social”!
Nunca mais assisti a esse filme. Que legal! Queria tanto ver o Coelho Social
quando menino – Seu Pedro vibrava.
–
Você parece criança, às vezes. Coelho Social não existe – Dona Marta falava.
–
Você também gostava dele. Vamos assistir uma parte do filme. Será que eu acho
na internet? Se sim, tomara que a internet chegue logo aqui para eu baixar e
assistir todo.
–
Ela está demorando muito. Vou lá. – André declara sua opinião.
–
Ela disse que levaria quanto tempo?
–
20 minutos.
–
Por favor! Nem levou 15 minutos ainda. - Seu Pedro disse.
–
Mulheres precisam de pelo menos 2 horas para se arrumar. – Dona Marta completa.
– Vai ter gente de fora. Acho que você vai encontrar outras pessoas além das
que já conhece, filho.
“E, quem sabe, uma mulher mais adequada para
você e que saiba o que é pontualidade.”
Desde
aquela tarde, André tinha um pressentimento de que algo ruim aconteceria. Ele esperava
que fosse apenas a demora da esposa.
–
Vou lá em cima ver.
Antes
de subir, teve uma bela visão de um par de pernas conhecidas descendo as mesmas
escadas que pensava subir antes.
André
estava boquiaberto e sem palavras ao vê-la passar.
–
E então? O que achou? Gostou?
Palavras
como “linda”, “exuberante”, “maravilhosa”, “deslumbrante”, “fascinante”, “deusa”
e “gostosa” chegaram a passar pela cabeça de André, mas ele já tinha escolhido
as palavras para responder:
-
Gostei, mas ficaremos em casa. A festa foi remarcada.
Ele
sabia que vários homens – incluindo o eterno solteiro Léo, o viúvo André (seu
xará) e o recém-divorciado Gabriel – estariam lá e não queria saber daquele
decote sendo visto por outros além dele próprio.
–
Que hora?
–
Ligaram assim que eu desci. Aconteceram uns problemas com a banda convidada e
por isso remarcaram.
–
De última hora? E desde quando uma banda é motivo para cancelar uma festa de
futebol, já que o evento não é apenas o show da banda?
–
Sei lá! Só que sei que foi assim.
Seu
Pedro não aguentava mais aquela conversa. Já tinha entendido a ideia do filho.
–
Esqueci de te avisar, filho: depois que você atendeu e foi ao banheiro, ligaram
de novo mantendo tudo de pé. Alguns instrumentos foram extraviados, mas já
arranjaram outros para substituir. A banda vai tocar e a festa vai acontecer.
–
Mudança rápida de informações, não é?
–
Eu que o diga. Eu que o diga!
E
não esqueça de deixar seu comentário e sua reação. Aproveite e diga o que está achando,
o que gostou e o que não gostou. Pode comentar como anônimo também. A sua
opinião é muito importante para nós!
AMEIIIII!!!!! Muito bom! A Carol ficou linda! E espero que dona Marta amoleça logo esse coração! Uahauahauaha
ResponderExcluirMuito bom :)
Eu também espero que Dona Marta mude. Mas de certa forma, parte do charme de Dona Marte é a rabugice. Ela acaba sendo engraçado com tanta implicância!
ExcluirEu ri muuuuuuito de D. Marta pegando os dois aos beijos na sala dela. Kkkkkkkkkk... Ela é engraçada demais! Ranzinza! :D
ResponderExcluirMuito engraçado tb ela dormindo com a máscara! \o/
E esse Eduardo Couto, hein? Com certeza vai aprontar! E D. Marta mais jovem era bem bonitinha! E estou super curiosa para ver como ele pretende “ter o que é dele de volta”!
E eu adoro ver as várias fotos de Seu Pedro com a esposa nas paredes!
Noooossaaaaaaaaaa!!! Carol ficou linda demaaaaaaais com essa produção! Super sexy no vestido vermelho! \o/ :)
Mal posso esperar pela continuaçãooooo!!!
E parabéns, Déa!!! Arrasouuuuu!!! \o/ :D S2
Que bom que tenha gostado. André também a achou super sexy, mas ainda bem que a produção dela foi salva por Seu Pedro.
ExcluirE Eduardo realmente vai aprontar. Vamos aguardar. :)
E as fotos é porque o quarto é o refúgio de amor deles. É o local onde eles nunca brigam, não importa o tempo.
ExcluirEssa Dona Marta nunca muda hein?! mas, como ela ficou bonita naquela roupa, eu gostei do look da Dona Marta, e a Carol? sem palavras para ela, muito linda! o André é um cara de sorte, ele tem que cuidar da mulher linda que ele tem. Não gostei desse Eduardo Couto, espero que não apronte, eu adoro o Seu Pedro, é um velhinho gente boa. Parabéns Andrea, mais um capítulo lindo.
ResponderExcluirSim, Seu Pedro é muito gente boa. Dona Marta não é do tipo "romântica", mas tem muito amor por ele.
ExcluirAndré que se cuide, memso: tem muito homem solteiro em Colina Formosa.
Obrigada, Paty, pela leitura.
Amei. Ansioso pela festa!
ResponderExcluirEssa dona Marta, viu! Acho que nunca vai mudar :P